quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

O menos é sempre mais

Não sabia se hoje queria escrever sobre o luxo ou se queria escrever sobre a depressão. Optei pelo primeiro tema, que borbulha nos meus pensamentos [vazios] e me faz sentir a grande necessidade de contribuir com o que eu penso sobre o assunto, já que a conversa que observei não permitia a minha interação.

Final de ano e muitas pessoas saem às ruas procurando as, já famosas, lembrancinha de Natal. Vejo que há uma necessidade incontrolável das pessoas em presentear de forma material, a família e os amigos. Entre uma compra e outra surgem às vontades. Vontade de ter pra si aquele sapato maravilhoso que custa meio salário mínimo, o relógio que cada uma das 8 parcelas chega perto dos R$ 100,00, ou qualquer outra coisa que seja a senha de acesso a um mundo especial, onde poucos vivem.

Vi na TV, um professor que leciona marketing numa das maiores universidades do país, definindo luxo. Ele disse que na base da pirâmide estão os que precisam comprar coisas caras e de grifes para terem acesso ao verdadeiro mundo do luxo. Na segunda camada estão os que compram e precisam estar em lugares bem freqüentados para mostrar que podem também comprar, enviando mensagens aos outros de que o seu poder aquisitivo lhe dá direito de estar ali. E na terceira e ultima camada estão os que realmente conhecem o luxo: não necessitam de grifes para dizer quem são.

Mas ao passo que o país vai desenvolvendo - SIM, O PAÍS ESTÁ EM PLENO DESENVOLVIMENTO - o luxo vai se democratizando. As pessoas passam ter acesso a muitas coisas que antes só quem "tinha dinheiro" tinha o acesso. Se as pessoas passam a usufruir tudo isso, o que acaba se tornando o luxo? Se luxo é ter banda larga na sua casa, e com o crescimento do poder aquisitivo e as facilidades que as operadoras de telefone oferecem o serviço, e as pessoas, em sua maioria, passam a acessar através da banda larga, eu te pergunto: será que ter a banda larga é um luxo?

Ainda existem os que querem ter o luxo mas não querem pagar por ele. Desejam a banda larga ou TV a cabo, mas fazem gato no vizinho, desejam uma camisa de uma super grife famosa, mas compram uma falsificada na 25 de março, em São Paulo, querem uma bolsa PRADA, mas compram uma cópia barata num camelô qualquer. Estas pessoas querem o luxo, mas pagam pelo lixo. Até onde isso vale a pena?

E para você, o que é o luxo? Em qual parte da pirâmide você está?